Uma mala resvalou para o chão, caindo com pouco estrondo. Não estava muito cheia, pensou. Pelo menos para o que era habitual, quando mal a conseguia levantar para ela ser pesada no aeroporto. Não. Desta vez era diferente. Ergueu-a sem custo, pegou na mochila e quedou-se à porta do quarto, olhando-o por uma última vez. Vivera ali bons momentos. Mas aquelas paredes brancas estavam já cheias de memórias guardadas, não aguentavam mais. Os posters caíam, a secretária minguava, a cama definhava, e espremia-o para fora.
Sorriu e bateu com a porta, avançando decidido para a porta da rua, que fechou sem hesitar. Cá fora, subiu para o carro e acelerou de mansinho, em direcção à bomba de gasolina. Carrinha atestada, pulou de alegria e entrou de súbito. Saiu, e fez-se à estrada. Mal viu que a cidade ficava para trás, rejubilou, riu-se descontroladamente. Depois, não sabendo que mais fazer para assinalar a sua liberdade, abriu os vidros e deixou que o vento lhe desentaramelasse os cabelos escuros, gritando para o nada a música da sua alma.
Não era a primeira vez que o vento tocava nos seus cabelos daquela maneira. Mas era decerto a definitiva. Não mais voltaria àquela cidade queimada pelo sol. Atravessaria fronteiras ao som do roncar daquele motor germânico, sempre rindo de tanta felicidade, sem nada que o perturbasse, nem chuva, nem sol, nem tufões levariam aquele carro e ele próprio para algum lado que ele não quisesse. Não. Desta vez era diferente. Agora era de vez. O seu limite era o horizonte desértico que avistava, línguas e costumes diferentes, sem longos trapos frágeis a deterem-no.
Desta vez era diferente. E não podia esperar para viver todos os dias do resto da sua vida.
E com este pensamento, acelerou a fundo, cantando a uma só voz a música da sua liberdade eterna.
Não era a primeira vez que o vento tocava nos seus cabelos daquela maneira. Mas era decerto a definitiva. Não mais voltaria àquela cidade queimada pelo sol. Atravessaria fronteiras ao som do roncar daquele motor germânico, sempre rindo de tanta felicidade, sem nada que o perturbasse, nem chuva, nem sol, nem tufões levariam aquele carro e ele próprio para algum lado que ele não quisesse. Não. Desta vez era diferente. Agora era de vez. O seu limite era o horizonte desértico que avistava, línguas e costumes diferentes, sem longos trapos frágeis a deterem-no.
Desta vez era diferente. E não podia esperar para viver todos os dias do resto da sua vida.
E com este pensamento, acelerou a fundo, cantando a uma só voz a música da sua liberdade eterna.
2 comentários:
já que não vais ver voluntariamente toma lá: http://onde-eu-estou.blogspot.com/2008/01/blog-post.html .
have fun!
Dioguinho, amori, quero ler mais coisas. Põe-te a mexer, vá.. :)
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